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A sexualidade masculina explicada pelo médico. As dúvidas e angústias sobre sexo que o homem tem e não pergunta a ninguém. O que o homem quer saber sobre sexo e potência. A experiência de 25 anos de consultório do Urologista. Tudo na privacidade da leitura deste blog. Boa leitura !

PROTESES PENIANAS

MEDICAMENTOS DE IMPOTÊNCIA – "QUEBRA-GALHO" OU TRATAMENTO?

“Quebra-galho” ou tratamento?  Pode ser ambos !!

Os atuais medicamentos para impotência, convencionalmente são encarados como um “quebra-galho”, a ponto de se observar muitos homens com medo de tomá-los, temendo algum tipo de dependência. Isto não é totalmente correto. Podemos utilizar, sim, estes medicamentos como uma forma de “tratamento” da circulação peniana.

Do arsenal hoje disponível de medicamentos para combater impotência, existem aqueles com um perfil de início rápido de ação e curto tempo de duração. Estes são medicamentos que se prestam melhor ao uso pontual, para ajudar numa relação sexual específica. 

Existem outros medicamentos, com um perfil de início demorado de ação e longo tempo de duração. Estes são medicamentos que podem servir para o uso regular, desvinculado da relação sexual, como uma forma de “tratamento” ou “fisioterapia da circulação peniana“.

MEDICAMENTOS PARA IMPOTÊNCIA – HISTÓRICO


Desde a década de 80, alternativas medicamentosas para o tratamento da impotência são pesquisadas. Primeiramente foi a fase da Papaverina injetada diretamente no pênis. Roland Virag, angiologista, meu amigo e professor em Paris, naquela década de 80, idealizou a injeção deste vasodilatador, a papaverina, para estimular a ereção. Funcionava bem, mas efeitos colaterais como priapismo (ereção muito prolongada) eram comuns.

Uma vez inaugurada a era das injeções penianas, outras drogas surgiram, dentre elas a mais famosa que foi a Prostaglandina E1. Usada sozinha (Caverject, EDEX) ou em associação com Fentolamina (Bimix) apresentava melhores resultados que a Papaverina. O inconveniente, no entanto desta técnicas era o fato de existir um injeção, mesmo que com agulha extra fina, no pênis a cada ato sexual.

Após as injeções, ou ainda durante a era delas, surgiu o MUSE, uma espécie de micro supositório a base de Prostaglandina, com aplicador descartável para ser introduzido na uretra. Não se tornou um sucesso. Dependendo de cada paciente o nível de absorção pela mucosa da uretra era diferente, dando resultados diferentes. também o índice de ardência de uretra era grande.

A pesquisa continuava e em 1997 surgiu o primeiro medicamento em forma de comprimido para a potência. Era o Uprima, uma apomorfina derivada de pesquisas para a doença de Parkinson, que potencializava o efeito do desejo sexual sobre o pênis. Efeitos também pouco promissores.

Enfim, em 1998 surgiu, fruto de pesquisas do Laboratório Pfizer, o primeiro representante da classe dos inibidores da Fosfodiesterase 5 – a Sildenfila, com o nome de Viagra. Após esta primeira geração, a molécula foi sendo mais trabalhada com o intuito de diminuir seus efeitos colaterais e melhorar a qualidade da potência. Vardenafila (Levitra), Tadalafila (Cialis), Iodenafila (Helleva) são os descendentes do Viagra.
Hoje, com a queda da patente do Viagra, o produto se democratizou, cópias similares confiáveis estão hoje no mercado a preços acessíveis a todas as classes sociais.

CORAÇÃO E MEDICAMENTOS DE IMPOTÊNCIA

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A primeira frase que devo pronunciar neste tópico e a mais importante é: “medicamento para impotência NÃO faz mal ao coração, são medicamentos seguros para o sistema cardiovascular”.


Na realidade, os atuais medicamentos de potência além de seguros para o sistema cardiovascular são benéficos para ele (vide postagem sobre medicamentos multi-uso).

O único risco que existe, ainda que relativo, é o uso destes medicamentos de potência juntamente com os “nitratos”, um tipo de vasodilatador coronariano. Os representantes comerciais mais conhecidos dos nitratos no Brasil são o Isordil, o Monocordil e o Sustrate. Para melhor especificar, de forma leiga, os nitratos são os medicamentos que muitos pacientes usam para colocar embaixo da língua quando sentem dor no peito por problema coronariano.

Se considerarmos que tanto os nitratos como os atuais medicamentos de potência (inibidores de PDE5) atuam como vasodilatadores das coronárias, a interação dos nitratos de ambos faz com que as coronárias possam dilatar-se em demasia, diminuindo a pressão de perfusão do sangue para o músculo cardíaco.

Fica o conceito:

“REMÉDIO DE POTÊNCIA (inibidores de PDE5) NÃO FAZEM MAL PARA O CORAÇÃO. SOMENTE EXISTE RISCO QUANDO UTILIZADOS EM ASSOCIAÇÃO COM OS VASODILATADORES DE CORONÁRIAS DA CLASSE DOS NITRATOS”.

OS NOVOS MEDICAMENTOS DE IMPOTÊNCIA -MECANISMO DE AÇÃO

Com o surgimento do Viagra (Sildenafila), há 13 anos atrás, foi inaugurada uma nova linhagem de medicamentos para a impotência: os medicamentos por “via oral”. São eles os “Inibidores de Fosfodiesterase 5 (PDE5)”.

Além do medicamento inicial, a Sildenafila (Viagra e seus similares e genéricos), existem hoje a Vardenafila (Levitra), a Tadalafila (Cialis) e a Iodenafila (Helleva).

No processo de ereção, o estímulo sexual (desejo) desencadeia um comando cerebral que faz os nervos do pênis liberarem Óxido Nítrico, substância que estimula a ativação do GMP cíclico. Este GMP cíclico é o responsável pela entrada de sangue no pênis e conseqüente ereção. Ao final do ato sexual (em alguns casos antes do final), o GMP cíclico é desativado pela PDE5 e a ereção desaparece.

Estes medicamentos funcionam como inibidores da PDE5, ou seja, eles impedem a desativação do GMP cíclico, impedindo, consequentemente, o processo de perda da ereção.

Podemos dizer, portanto, que o desejo sexual é o responsável pelo mecanismo que desencadeia a rigidez do pênis. Os medicamentos atuais, por via oral, para potência (inibidores de PDE5) são responsáveis pela manutenção da rigidez.

Em resumo, medicamento via oral para potência somente apresentará eficácia se o homem estiver com desejo sexual.

A "FISIOTERAPIA" DA CIRCULAÇÃO PENIANA – OS MEDICAMENTOS MULTIUSO

Com as avançadas pesquisas médicas na área farmacêutica, a meu ver, estamos sem dúvida caminhando para os ditos “medicamentos multi-uso“. Em outras palavras, são  medicamentos capazes de exercer, ao mesmo tempo, mais de uma função benéfica no organismo. Já existem alguns medicamentos deste tipo no mercado. É o caso de certas estatinas (medicamentos de colesterol). Certas estatinas, além de baixar os níveis sangüíneos do colesterol, atuam também localmente na parede das artérias coronárias diminuindo as placas gordurosas.

A meu ver, o mesmo processo de medicamentos multi-uso está começando a ocorrer com os atuais medicamentos para impotência, ou ao menos, com alguns deles. É sabido que a Sildenafila (Viagra) surgiu casualmente de uma pesquisa farmacêutica de droga para tratamento de Hipertensão Pulmonar. O princípio de todos estes medicamentos de impotência, os inibidores da PDE5, é a vasodilatação arterial (vide postagem neste blog sobre mecanismos de ação). Da mesma forma que dilatam seletivamente as artérias penianas, estes medicamentos dilatam também, em menor intensidade, muitas artérias de fino calibre no organismo. Artérias cerebrais e artérias coronárias são algumas das artérias que sofrem vasodilatação com os medicamentos de potência (inibidores de PDE5). Isto é um efeito colateral benéfico para o usuário do medicamento. Muitos medicamentos existem para promover a dilatação de artérias coronárias e cerebrais, a fim de melhorar o fluxo sangüíneo do coração e cérebro respectivamente. O que dizer de um medicamento de potência que também promova este efeito benéfico sobre o coração e o cérebro?

Seguindo esta linha, o laboratório Lilly lançou recentemente no Brasil um medicamento que exemplifica bem o multi-uso. O produto é o Adcirca, que nada mais é que o mesmo produto do Cialis, a Tadalafila, porém na dose mais alta de 40mg, com a indicação de tratamento da Hipertensão Arterial Pulmonar, melhorando a capacidade ao exercício físico. 


Se voltarmos ao conceito de “Fisioterapia da Circulação Peniana”, um medicamento de potência utilizado de forma regular, além de melhorar a circulação arterial peniana, irá também colaborar positivamente com a circulação coronariana e com a cerebral. Já existem estudos científicos a respeito.


A "FISIOTERAPIA" DA CIRCULAÇÃO PENIANA – CONCEITOS



Com o surgimento do Viagra, há 13 anos atrás, e de seus sucessores, um novo conceito no tratamento da impotência passou a ser explorado. Ele consiste no que chamo de “Fisioterapia Químio-induzida” da circulação arterial peniana.

Considerando-se que as artérias penianas têm um diâmetro interno equivalente a cerca de 25% do diâmetro de uma artéria coronária, a obstrução total ou parcial de artérias penianas é bastante freqüente com o avançar da idade, arteriosclerose, níveis altos de colesterol, etc.. Pode-se dizer mesmo que, em certos casos, o surgimento de uma disfunção erétil de origem arterial pode ser considerado o “aviso” de que as coronárias estão começando a entupir.
Tomando como referência os dados acima, uma placa de gordura que obstrui 25% de uma coronária, se estivesse numa artéria peniana, obstruiria 100%. Tendo em vista a facilidade de obstrução das artérias penianas, sempre é desejável que um fluxo sanguíneo de boa qualidade e constante esteja passando por elas. Este é o princípio da “Fisioterapia Químio-induzida” da circulação arterial peniana, usando um medicamento que mantenha 24 horas por dia um melhor fluxo sanguíneo dentro destas artérias.

A "FISIOTERAPIA" DA CIRCULAÇÃO PENIANA – MODO DE USO


Dentre os diversos medicamentos para impotência, um deles presta-se melhor ao processo de “Fisioterapia Químio-induzida”. Trata-se da Tadalafila, cujo nome comercial é Cialis. A mim parece ser o mais adaptado devido à sua farmacocinética no sangue. Dentre todos, é este o medicamento que mais tempo dura no sangue, tendo efeito residual, segundo minha experiência, de até 3 dias. Até há um ano atrás eu receitava o Cilais de 20 mg duas vezes por semana ou segundo o caso de cada paciente. Atualmente, temos a disposição nas farmácias o Cialis Diário de 5mg, cuja dose usual é de 1 comprimido pela manhã, porém, certas vezes, eu altero esta dose segundo a necessidade individual. Em minha experiência, os resultados com este medicamento têm sido bastante animadores, .

Uma avaliação com o especialista é, contudo, necessária. A fisioterapia somente funciona em casos bem definidos de disfunção arterial, além do mais nem todos os pacientes apresentam condições clínicas de usar tal medicamento. Consulte seu urologista antes de tomar este ou qualquer medicamento.

A CONFUSÃO DOS CONCEITOS : IMPOTÊNCIA – EJACULAÇÃO PRECOCE – FALTA DE DESEJO



IMPOTÊNCIA SEXUAL é a impossibilidade do homem atingir e/ou manter a rigidez (ereção) do pênis por tempo suficiente para a realização de uma relação sexual satisfatória para ambos os parceiros do ato sexual, sem contudo este homem ter atingido o clímax de prazer (ejaculação ou orgasmo).

EJACULAÇÃO PRECOCE é a impossibilidade do homem manter uma relação sexual por tempo satisfatório para ambos os parceiros devido à ocorrência do clímax de prazer (ejaculação ou orgasmo) em tempo muito rápido e insuficiente para a satisfação plena de ambos (sobretudo da parceira). Neste caso é somente a ejaculação que interrompe o processo de rigidez (ereção) peniana.

FALTA DE DESEJO é a situação onde não existe o desejo sexual, a vontade de ter relação sexual, também chamada de libido. A falta de interesse pelo ato sexual precede qualquer alteração da rigidez peniana e/ou da ejaculação. Tipicamente, o homem relata uma diminuição na freqüência dos atos sexuais, muitas vezes realizados somente “para cumprir tabela” numa relação estável de parceiros. Outro relato típico é o da existência de rigidez peniana, uma vez iniciado o ato sexual, porém com orgasmo fraco. Em alguns casos, porém, a falta de desejo sexual é tamanha, que até a  rigidez (ereção) passa a ficar prejudicada.


REPOSIÇÃO HORMONAL E CÂNCER DE PRÓSTATA



reposição hormonal em homens com DAEM / Andropausa não causa câncer de próstata. Esta reposição, quando bem indicada pelo médico e com medicamentos confiáveis, apenas traz a Testosterona para níveis sangüíneos normais, sem picos, algo que o organismo já está acostumado e precisa. Já existem várias pesquisas clínicas comprovando este fato. 


No caso do homem já ser portador de um tumor maligno da próstata, mesmo que inicial, este tumor poderá progredir às custas da reposição hormonal. 


Obrigatoriamente, antes de iniciar a terapia com hormônio masculino, deverá ser investigada a possibilidade ou não da presença de um câncer na próstata. Isto deve ser feito através da dosagem sangüínea do Antígeno Prostático Específico (PSA) e com o toque retal e/ou o ultra-som de próstata. Nos casos de dúvida, a biópsia de próstata pode ser indicada. Somente depois de afastada qualquer chance da existência de um câncer de próstata, é que deve ser iniciada a terapia de reposição hormonal.